A torrente de informações em torno do grupo do Kakao Talk continua. Esta semana foi revelada a participação dos artistas Roy Kim e Eddie Kim em grupos onde eram compartilhados fotos e vídeos explícitos e ilegais. A socialite Hana Hwang foi presa e está sendo investigada também por compartilhar conteúdo desse tipo. Isso mostra como, aos poucos, mais e mais celebridades e pessoas de interesse na mídia sul coreana têm se mostrado envolvidas com essas práticas.
Como consequência, se vê até mesmo uma insatisfação social por parte do público com relação à mídia. Afinal, jornalistas têm recebido informações sobre os participantes dos chats e do conteúdo das conversas trocadas. Entretanto, esperam momentos estratégicos para revelar os nomes e as provas que os incriminam.
Trata-se, sem dúvidas, de uma ação antiética, apesar de comum no meio jornalístico. Alimentados pela curiosidade do público usam essa frequência de notícias para prender a atenção e aumentar a dramaticidade dos acontecimentos. Até porque, se uma notícia ruim é contada de uma vez, sentimos o impacto pesadamente, mas ele passa. Mas, ao termos acesso aos fatos através de um período longo de tempo, o impacto e expectativa aumentam ao saber que existem mais pessoas envolvidas do que o esperado anteriormente.
Este caso em especial parece muito com a cobertura dos crimes do Varg Vikernes. Para quem não sabe, ele foi o fundador da banda de black metal Burzum na Noruega. Naquela época (entre os anos 80 e 90) o black metal tornou-se marcante no país por causa de bandas como o próprio Burzum, Mayhem, Darkthrone e outras. O cenário musical, porém, ia além da própria música. Recheado de assassinatos e incêndios criminosos, virou um prato cheio para a imprensa sensacionalista da época. Afirmaram categoricamente a existência de um culto a Satanás e até mesmo o suposto encontro de um local de realização de rituais (era apenas um pântano inabitado). Sobre o assunto há até mesmo um documentário chamado "Satan Rides the Media". É mencionado como a forma que a mídia retratava Varg (acusado de incêndio em várias igrejas do país e assassinato do líder da banda Mayhem, Euronymous) influenciou a sociedade ao redor, não apenas popularizando o gênero musical como espalhando as ideias para outros jovens que acabaram perpetuando seu "legado" posteriormente.
Como consequência, se vê até mesmo uma insatisfação social por parte do público com relação à mídia. Afinal, jornalistas têm recebido informações sobre os participantes dos chats e do conteúdo das conversas trocadas. Entretanto, esperam momentos estratégicos para revelar os nomes e as provas que os incriminam.
Trata-se, sem dúvidas, de uma ação antiética, apesar de comum no meio jornalístico. Alimentados pela curiosidade do público usam essa frequência de notícias para prender a atenção e aumentar a dramaticidade dos acontecimentos. Até porque, se uma notícia ruim é contada de uma vez, sentimos o impacto pesadamente, mas ele passa. Mas, ao termos acesso aos fatos através de um período longo de tempo, o impacto e expectativa aumentam ao saber que existem mais pessoas envolvidas do que o esperado anteriormente.
Este caso em especial parece muito com a cobertura dos crimes do Varg Vikernes. Para quem não sabe, ele foi o fundador da banda de black metal Burzum na Noruega. Naquela época (entre os anos 80 e 90) o black metal tornou-se marcante no país por causa de bandas como o próprio Burzum, Mayhem, Darkthrone e outras. O cenário musical, porém, ia além da própria música. Recheado de assassinatos e incêndios criminosos, virou um prato cheio para a imprensa sensacionalista da época. Afirmaram categoricamente a existência de um culto a Satanás e até mesmo o suposto encontro de um local de realização de rituais (era apenas um pântano inabitado). Sobre o assunto há até mesmo um documentário chamado "Satan Rides the Media". É mencionado como a forma que a mídia retratava Varg (acusado de incêndio em várias igrejas do país e assassinato do líder da banda Mayhem, Euronymous) influenciou a sociedade ao redor, não apenas popularizando o gênero musical como espalhando as ideias para outros jovens que acabaram perpetuando seu "legado" posteriormente.
Varg Vikernes.
No caso atual, entretanto, os efeitos estão longe de serem positivos. Artistas se aposentaram, afastaram-se de suas carreiras, investigações sérias estão ocorrendo no momento e mais acusações seríssimas estão sendo divulgadas. Essa abordagem revela-se, em um primeiro momento, como positiva. Isso porque a corrupção no país possui níveis preocupantes. Segundo o índice internacional de percepção de transparência levantado em 2016, a Coreia do Sul foi classificada na 52 posição dentre 176 países. Há extensos artigos escritos por especialistas locais e estrangeiros sobre o assunto. E os casos concretos também são preocupantes. Hana Hwang foi investigada há anos por uso de drogas, mas foi absolvida na época. Sua prisão apenas aconteceu por estar relacionada a grupos de Kakao Talk. Então, a contribuição da mídia acaba, de certa forma, ajudando esses fatos a não serem passados em branco e possibilitar uma atuação da justiça.
Por outro lado, a extrema publicização também traz grandes problemas. Primeiro com o pré julgamento feito sobre os envolvidos. Não apenas o meio social, mas a corte pode ser afetada na hora de julgar, o que prejudica a sua imparcialidade e a presunção de inocência (princípios extremamente importantes em qualquer sociedade aplicadora do estado de direito). Além disso, há casos como o de Jang Jayeon que não receberam uma digna conclusão, mesmo tendo ocorrido há dez anos. Antes de se suicidar, a atriz escreveu os nomes de seus abusadores, boa parte deles pessoas influentes no mundo do entretenimento e na política do país e nada foi feito até então.
Verifica-se, portanto, uma gama de jogo de interesses envolvidos: das vítimas por desejarem justiça, da mídia para transmitir o caso e, ao mesmo tempo, aumentar a atenção do público e dos que ainda não foram apontados para que seus nomes não sejam de forma alguma mencionados.
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